segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Fenômenos químicos no preparo de pão

Objetivos
- Reconhecer fenômenos químicos que ocorrem no dia a dia.
- Formular hipóteses sobre as transformações dos alimentos.

Conteúdo
- Introdução ao conceito de transformação química.

Anos
4º e 5º.

Tempo estimado
Três aulas.

Material necessário
1 quilo de farinha de trigo, 1 quilo de açúcar, um tablete de fermento biológico, com quatro cubinhos de 15 gramas cada um, garrrafas plásticas, balões de borracha (bexiga), funis, copos descartáveis, água morna (50 ºC) e barbante.

Flexibilização
Para alunos com deficiência intelectual
Oferecer oportunidades para que as crianças tenham contato com diferentes situações presentes no cotidiano é um bom meio de estimular a mente dos alunos com deficiência intelectual. Mesmo se a criança ainda não for capaz de formular as hipóteses por escrito, ofereça a ela um papel importante na experiência. Este aluno participa de todas as discussões e pode ser o responsável por escrever a receita do pão (a lista dos ingredientes e as quantidades) que vai servir como guia para a turma. Fazer o registro fotográfico de cada uma das etapas do experimento e mostrar este material ao aluno também contribui para que ele perceba as transformações na massa. Se necessário, repita a experiência e amplie o tempo de realização das etapas deste plano de aula. No caso dos alunos com deficiência intelectual, não deixe de contar com o apoio do profissional responsável pelo AEE.

Desenvolvimento
1ª etapa
Pergunte se os alunos já acompanharam o preparo de um pão e se observaram mudanças no estado inicial e final desse alimento. Discuta com a garotada o que eles acham que ocorre nesse caso. Organize a turma em grupos de quatro e comunique a realização de experimentos para observar a transformação do pão. Primeiro, eles prepararão a massa, sem adicionar fermento. Solicite que juntem um pouco de farinha, açúcar (matéria orgânica para ser consumida durante o processo de fermentação) e água num copo. Estimule os alunos a formular hipóteses. Oriente-os a tomar nota dos acontecimentos antes, durante e após o experimento para que desenvolvam habilidades de observação e registro, o que vai ajudá-los a chegar a conclusões sobre o que foi observado. Você pode auxiliá-los construindo uma tabela no quadro para enumerar todas as hipóteses mencionadas pelos grupos.

2ª etapa
Proponha que separem um pequeno pedaço da massa, adicionem a ela o fermento (contém micro-organismos que realizarão a fermentação) e misturem bem. Oriente-os a fazer uma bola com a massa, esperar cerca de 20 minutos e observar o que ocorre. A massa deverá crescer. Questione-os sobre a ocorrência de transformações. Depois, peça que cortem a bola e observem as bolhas que se formaram na massa. Solicite aos alunos que tomem nota do que foi observado e discuta a formação das bolhas. Oriente-os a formular hipóteses: por que a massa cresceu?, o aparecimento das bolhas tem relação com o crescimento da massa de pão? Todas as hipóteses levantadas pelos alunos, certas ou erradas, devem ser discutidas. Em seguida, peça que eles a cheirem. Eles sentirão um leve odor de álcool, que é um dos produtos da reação química ocorrida. Explique que houve uma fermentação alcoólica, que liberou etanol e gás carbônico.

3ª etapa
Para reforçar o processo de liberação de gás carbônico, solicite que misturem água e açúcar em um copo descartável e depois adicionem o fermento e misturem. Sugira que coloquem essa mistura com o auxílio de um funil dentro de uma garrafa descartável. Eles devem prender um balão na boca da garrafa com um barbante. Após alguns minutos, o balão vai começar a encher. Peça que avaliem se houve transformação. Eles devem perceber que a liberação do gás indica a ocorrência de uma reação química, uma vez que há a formação de produtos cuja composição difere da composição dos produtos iniciais.

Avaliação
Solicite que cada grupo organize as suas anotações e sugira a elaboração de um registro coletivo, observando se a turma compreendeu o conceito.




Consultoria Alline Soler
Professora de Ciências.
Thiago Tassinari Lopes
Químico e pesquisador da Sangari Brasil, em São Paulo.

sábado, 24 de setembro de 2011

Indicação

Gente, esse site é muito bom, e interessante, vale a pena conferir:

http://quimicasemsegredos.com/index.php

Paulo Freire

"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tam pouco a sociedade muda."


"A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria."


"Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo."


"Não há vida sem correção, sem retificação."


"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão."


"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."


"Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes."


“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”


"Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!"


"A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática."


"A Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda"


"Me movo como educador, porque,
primeiro, me movo como gente."


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mais que sustentável


Novos projetos de usinas de açúcar e álcool eliminam o gasto de água na produção e geram até excedente
© EDUARDO CESAR
Para ser auto-suficientes em água, as usinas devem recuperar o vapor e lavar a cana a seco
Muitas das usinas de açúcar e álcool produzem como subproduto energia elétrica em caldeiras e geradores a partir da queima do bagaço de cana. Elas se tornam auto-suficientes e ainda conseguem vender parte da eletricidade produzida no campo para companhias distribuidoras de energia. Dentro em breve elas poderão não apenas fornecer luz, mas água também, conforme prevêem dois novos projetos de usinas concebidos pela empresa Dedini, tradicional fabricante de equipamentos e instaladora de unidades sucroalcooleiras e de outros setores fabris. As usinas que adotarem tais projetos não precisarão mais captar água dos mananciais ou de poços para o processo produtivo. A água que elas vão utilizar, segundo José Luiz Olivério, vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento da empresa, está contida na própria cana. Em 1 tonelada (t) de cana é possível obter 700 litros de líquido.

São dois projetos, um de uma usina auto-suficiente em água e outro em que a unidade industrial, além de ter a mesma característica da anterior, vai disponibilizar água extra para a própria usina, como na irrigação, ou para outras empresas, e assim se tornar uma exportadora. Na média do consumo do estado de São Paulo, as usinas consomem 1.830 quilos (kg) – equivalente a 1.830 litros (L) de água – por tonelada de cana, de acordo com dados de 2005 do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), uma associação mantida por usineiros e associações de produtores. “Além desse volume entram na produção mais os 700 L de cada tonelada de cana que totalizam 2.530 L de água. Com a mudança de processos ao longo do sistema produtivo do álcool ou do açúcar nós conseguimos não só evitar o uso de água pura como também recuperar grande parte do líquido usado no processo. No caso da usina exportadora, aproveitamos apenas 400 L de água da cana, disponibilizando 300 L como excedente”, diz Olivério.

Para eliminar a captação de água por parte das usinas, um produto cada vez mais escasso e valorizado em todo o mundo, o grupo de pesquisa e desenvolvimento da empresa fez uma revisão nos projetos atuais em setores onde existe a integração com a água para tornar esses ambientes mais perto de uma total sustentabilidade. “Adotamos outros tipos de tecnologia como a troca da tradicional lavagem da cana com água por um sistema a seco com tecnologia já disponível”, diz Olivério. Para cada t de cana, gasta-se em média 694 L. A estratégia se estende para recuperar o vapor d’ água de vários equipamentos como os cozedores da cana. “O novo sistema recupera e condensa a água da evaporação. O trabalho de condensação é eficiente nesse caso porque estamos trabalhando com conceitos mais avançados na fermentação que resultam em um mosto, o caldo de cana fermentado, em que é adicionada a levedura para produção de álcool, mais concentrado, com menos água e mais sacarose”, explica o vice-presidente da empresa. Somente na evaporação as usinas tradicionais perdem, em média, 1.052 L de água. “Não é possível recuperar tudo isso, sempre há perdas.” Mesmo assim, segundo cálculos da empresa, as perdas com evaporação diminuem drasticamente para 136 L no novo sistema. Olivério acredita que o sistema auto-suficiente, que levou dois anos de estudos na empresa, é inédito no mundo, pelo menos em relação à cana-de-açúcar. “É difícil dizer o mesmo para outros ramos industriais.” 

O novo sistema de usinas apresentado pela Dedini possui duas opções, uma para instalação de usinas auto-suficientes em água e outra para aquelas que também possam produzir esse líquido, chamadas de exportadoras. A diferença das duas está no aproveitamento da vinhaça, um resíduo da destilação do álcool na forma de um líquido malcheiroso e poluente, principalmente se lançado em rios e lagos, mas que é aproveitado pelas usinas para produção de fertilizantes, muitas vezes, para uso próprio, porque é rica em sais minerais, como o potássio. No sistema auto-suficiente o processo de evaporação consegue um teor de sólido da vinhaça de 8% a 9%, enquanto normalmente este índice chega a 3% ou 4% no sistema tradicional. No processo exportador a vinhaça chega ao teor de sólido de 65% por evaporação e gera mais água doce. Segundo Olivério, numa usina capaz de processar 12 mil toneladas de cana por dia é possível produzir um excedente de 3,6 milhões de litros por dia de água não-potável, embora sistemas de purificação também possam ser acoplados à usina. 

Com a vinhaça concentrada a 65% é possível produzir também um biofertilizante organomineral que a empresa deu o nome comercial de Biofom. Na preparação do fertilizante entram  a vinhaça concentrada e mais outros resíduos da usina, como as cinzas das caldeiras onde é queimado o bagaço da cana, e ainda a torta dos filtros, que são os resíduos do tratamento do caldo. Para cada tonelada de cana é possível obter 4,66 kg de Biofom. A principal vantagem desse produto anunciada pela empresa está no aumento da produtividade agrícola, porque ele tem 90% de conteúdo fertilizante, enquanto a vinhaça líquida in natura ou mesmo concentrada possui apenas 10%. Outros benefícios do Biofom são a possibilidade de usá-lo em outros tipos de cultura, a capacidade de perder menos nutrientes pela chuva, penetrar no solo e atingir o lençol freático e substituir em parte o uso de fertilizantes minerais tradicionais, além de não possuir o odor desagradável da vinhaça. Uma análise agrícola do Biofom em relação ao aumento de produtividade da cana está sendo realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq - USP) e deverá ser finalizado até o início do próximo mês de outubro.

Uma macromáquina - Os novos projetos de usina que a Dedini apresentou poderão viabilizar mais rapidamente a instalação dessas unidades industriais no estado de São Paulo. “Para instalar e construir uma fábrica sucroalcooleira é preciso demonstrar a disponibilidade e como vai ser a captação de água na região”, diz Olivério. As usinas já existentes podem se transformar, mas o processo é mais difícil porque as instalações e os equipamentos são mais antigos. Uma usina nova, totalmente instalada, varia de R$ 300 milhões a R$ 360 milhões com os processos tradicionais, uma variação de preço que depende de ela produzir apenas etanol ou açúcar também. Segun-do Olivério, no sistema auto-suficiente  os investimentos custarão 10% a mais e, no tipo exportadora de água, entre 15% e 20%. Lançados em julho deste ano no Simpósio e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira (Simtec 2008), os novos projetos não tiveram uma planta piloto instalada porque, se-gundo Olivério, para concebê-los, fo-ram usados conhecimentos de engenharia já comprovados e em uso. Até agosto ne-nhuma nova usina foi instalada ou foram firmados contratos de construção. Mas apenas a possibilidade de elas existirem já fortalece a idéia de que a usina sucroalcooleira é uma macromáquina capaz de transformar a cana-de-açúcar, cada vez mais, em outros produtos.

Vale a pena conferir:

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ligações químicas






Ligações químicas


 

É impossível se pensar em átomos como os constituintes básicos da matéria sem se pensar em ligações químicas. Afinal, como podemos explicar que porções tão limitadas de matéria, quanto os átomos, possam formar os corpos com que nos deparamos no mundo macroscópico do dia-a-dia. Também é impossível se falar em ligações químicas sem falarmos em elétrons. Afinal, se átomos vão se unir uns aos outros para originar corpos maiores, nada mais sensato do que pensar que estes átomos entrarão em contato entre si. Quando dois átomos entram em contato, o fazem a través das fronteiras das suas eletrosferas, ou seja, de suas últimas camadas. Isso faz pensar que a última camada de um átomo é a que determina as condições de formação das ligações químicas.
Em 1868, Kekulé e Couper, propuseram a utilização do termo valência para explicar o poder de combinação de um átomo com outros. A valência de um dado elemento é que determina as fórmulas possíveis ou não de compostos formados por ele.
A primeira situação seria entender por que dois ou mais átomos se ligam, formando uma substância simples ou composta. Como, na natureza, os únicos átomos que podem ser encontrados no estado isolado (moléculas monoatômicas) são os gases nobres, logo se pensou que os demais átomos se ligariam entre si tentando alcançar a configuração eletrônica do gás nobre mais próximo deles na tabela periódica. Todos os gases nobres, com exceção do He, possuem 8 elétrons.
Esta maneira de pensar a ligação entre os átomos passou a ser conhecida por Teoria do octeto, e foi proposta por Kossel e Lewis no início do século XX. Baseado nessa idéia, a valência de um átomo passou a ser vista como a quantidade de elétrons que um átomo deveriareceberperder ou compartilhar para tornar sua última camada (camada de valência) igual a do gás nobre de número atômico mais próximo.
As ligações químicas podem ser classificadas em três categorias:
Iônica
- Covalente normal e dativa
Metálica

Ligação Iônica
Como o próprio nome já diz, a ligação iônica  ocorre com a formação de íons. A atração entre os átomos que formam o composto é de origem eletrostática. Sempre um dos átomos perde elétrons, enquanto o outro recebe. O átomo mais eletronegativo arranca os elétrons do de menor eletronegatividade. Ocorre entre metais e não metais e entre metais e hidrogênio.
átomo com facilidade para liberar os elétrons da última camada: metal
átomo com facilidade de adicionar elétrons à sua última camada: não metal
A ligação iônica ocorre entre metais e não metais e entre metais e hidrogênio. Num composto iônico, a quantidade de cargas negativas e positivas é igual.
A ligação entre o sódio (11Na) e o cloro (17Cl) é um exemplo característico de ligação iônica. Observe a distribuição dos elétrons em camadas para os dois elementos:
Na   2 - 8 - 1        Cl   2 - 8 - 7
Para o cloro interessa adicionar um elétron à sua última camada, completando a quantidade de oito elétrons nela. Ao sódio interessa perder o elétron de sua camada M, assim a anterior passará a ser a última, já possuindo a quantidade necessária de elétrons. Na representação da ligação, utilizamos somente os elétrons da última camada de cada átomo. A seta indica quem cede e quem recebe o elétron. Cada elétron cedido deve ser simbolizado por uma seta. Esta representação é conhecida por fórmula eletrônica ou de Lewis.
O sódio possuía inicialmente 11 prótons e 11 elétrons. Após a ligação, a quantidade de prótons não se altera e a de elétrons passa a ser 10. O cloro que inicialmente possuía 17 prótons e 17 elétrons, tem sua quantidade de elétrons aumentada de uma unidade após a ligação. Com isso o sódio se torna um íon de carga 1+ e o cloro 1-. A força que mantém os dois átomos unidos é de atração elétrica, ou seja, uma ligação muito forte. Como foram utilizados um átomo de cada tipo, a fórmula do composto será NaCl.
http://cost.georgiasouthern.edu/chemistry/general/molecule/polar.htm
De maneira análoga podemos observar a ligação entre o flúor (9F)  e o alumínio (13Al). O alumínio perde os três elétrons de sua última camada, pois a penúltima já possui os oito elétrons necessários. Como o átomo de flúor possui 7 elétrons em sua última camada, precisa de apenas mais um elétron. São necessários três átomos de flúor para acomodar os três elétrons cedidos pelo alumínio.
De maneira análoga ao exemplo anterior, ocorre a formação de íons positivo e negativo devido a quebra do equilíbrio entre as quantidades de prótons e elétrons nos átomos. O alumínio passa a ser um íon de carga 3+ e o fluor 1-. A fórmula do composto será AlF3.

Ligação covalente simples
É o tipo de ligação que ocorre quando os dois átomos precisam adicionar elétrons em suas últimas camadas. Somente ocompartilhamento é que pode assegurar que que estes átomos atinjam a quantidade de elétrons necessária em suas últimas camadas. Cada um dos átomos envolvidos entra com um elétron para a formação de um par compartilhado, que a partir da formação passará a pertencer a ambos os átomos. Ocorre entre não metais e não metais, não metais e hidrogênio e entre hidrogênio e hidrogênio.
O hidrogênio possui somente uma camada contendo um único elétron, compartilhando 1 elétron, atinge a quantidade necessária para a camada K, que é de dois elétrons. Os elétrons compartilhados passam a ser contados para as eletrosferas dos dois átomos participantes da ligação.
Na molécula de nitrogênio ocorrem três ligações covalentes entre os dois átomos.
7N   2 - 5
Estas três ligações garantem que os dois átomos de nitrogênio atinjam a quantidade de oito elétrons nas suas últimas camadas. A ligação covalente entre dois átomos iguais é dita apolar, pois nela os elétrons são compartilhados de maneira igual, nenhum dos átomos tem mais força que o outro para atrair o elétron para si.
http://cost.georgiasouthern.edu/chemistry/general/molecule/polar.htm
A molécula de CO2 é formada por dois átomos de oxigênio e um de carbono unidos através de ligações covalentes.
6  2 - 4                8O   2 - 6
O átomo de carbono compartilha 4 elétrons e cada átomo de carbono 2, garantindo assim que ambos atinjam os oito elétrons nas últimas camadas.
Como a ligação é entre átomos diferentes e com diferentes eletronegatividades, a ligação é dita polar pois o átomo de oxigênio atrai para si mais fortemente os elétrons compartilhados. 


Além da fórmula eletrônica, os compostos covalentes podem ser representados pela fórmula estrutural, onde cada par compartilhado é representado por um traço. Ex.: H - H, O = C = O.
Uma ligação covalente unindo dois átomos é dita simples. O conjunto de duas ligações unindo dois átomos é dito dupla ligação. O conjunto de rês ligações unindo dois átomos é dito tripla ligação. 

Ligação covalente dativa ou coordenada
A existência de algumas moléculas não pode ser explicada simplesmente através da ligação covalente simples. Para estes casos foi formulada a teoria da ligação covalente coordenada. Neste tipo de ligação, um dos átomos que já estiver com última camada completaentra com os dois elétrons do par compartilhado. Este par de elétrons apresenta as mesmas características do da ligação covalente simples, a única diferença é a origem dos elétrons, que é somente um dos átomos participantes da ligação. Os elétrons do par passam a pertencer a ambos os átomos participantes. A ligação covalente coordenada é representada por uma seta que se origina no átomo doador e termina no átomo receptor.
Dadas as distribuições eletrônicas em camadas para os átomos de 16S e 8O.
S   2 - 8 - 6              O   2 - 6
Compartilhando dois elétrons através de ligações covalentes simples, ambos os átomos atingem os oito elétrons na última camada.
No entanto, esta molécula ainda pode incorporar ainda um ou dois átomos de oxigênio. Tal fato só pode ser explicado se o enxofre utilizar um ou dois pares de elétrons não envolvidos em ligações para formar um ou dois pares dativos com o oxigênio.
Outra molécula que não pode ser explicada somente com a ligação covalente simples é a de CO2. O interessante desta molécula é que a ligação covalente dativa ocorre do átomo mais eletronegativo (O) para o menos eletronegativo (C).

Ligação metálica
É o tipo de ligação que ocorre entre os átomos de metais. Os átomos dos elementos metálicos apresentam forte tendência a doarem seus elétrons de última camada. Quando muitos destes átomos estão juntos num cristal metálico, estes perdem seus elétrons da última camada. Forma-se então uma rede ordenada de íons positivos mergulhada num mar de elétrons em movimento aleatório. Se aplicarmos um campo elétrico a um metal, orientamos o movimento dos elétrons numa direção preferencial, ou seja, geramos uma corrente elétrica.

Prof. Luiz Cláudio - Ribeirão Preto - SP

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dimitri Mendeleev (1834-1907)






Dimitri Mendeleev foi um químico russo muito famoso. É considerado pela comunidade científica um dos maiores gênios da química. Mendeleev nasceu em Tobolsk, na Sibéria, em 1834. Doutorou-se na Universidade de São Petersburgo, onde começou a lecionar em 1866. O conceito de periodicidade química deve seu desenvolvimento, em especial, a dois químicos, Lothar Meyer (alemão) e Dimitri Mendeleev (russo).
Trabalhando independentemente, chegaram a um correlacionamento mais detalhado das propriedades dos elementos e suas massas atômicas. Isso proporcionou uma melhor visualização da periodicidade das propriedades dos elementos.
Vários cientistas contribuíram para que se chegasse à classificação periódica dos elementos; porém o trabalho de Mendeleev destacou-se por ser o mais completo e ousado.
Mendeleev iniciou sua pesquisa sobre a periodicidade dos elementos ao iniciar seu trabalho como professor na Universidade de São Petersburgo. Mendeleev sentiu a necessidade de organizar os dados da Química Inorgânica e começou a colecionar todas as informações sobre os elementos conhecidos na época. Os dados eram anotados em cartões, que eram fixados na parede de seu laboratório e, conforme observava alguma semelhança, mudava a posição dos cartões.
Esse quebra-cabeça deu origem a uma Tabela Periódica, na qual os elementos foram dispostos em filas horizontais, de acordo com as massas atômicas crescentes, e colunas verticais, com elementos de propriedades semelhantes.
Em 1869 Mendeleev apresentou à comunidade científica a sua lei periódica dos elementos. Sentindo-se muito seguro da validade de sua classificação, Mendeleev deixou posições vazias na sua tabela, dedicada a elementos que eram desconhecidos. Predisse, com uma precisão surpreendente, as propriedades dos mesmos quando viessem a ser conhecidos. Para isso utilizou como base as propriedades dos elementos vizinhos.
Vamos ver um exemplo da verdadeira genialidade de Mendeleev?
A tabela abaixo mostra as propriedades do germânio e as propriedades previstas por Mendeleev para esse elemento, que na época era desconhecido e o qual Mendeleev nomeou de eka-silício.

Propriedades

Propriedades previstas por Mendeleev para o eka-silício (1871)

Propriedades determinadas experimentalmente para o germânio (Ge) (1885)

Massa atômica

72

72,6

Densidade (g/cm3)

5,50

5,47

Cor

Cinzento

Cinzento claro

Densidade (g/cm3) do óxido

4,7

4,7
O trabalho desenvolvido por Mendeleev foi surpreendente, pois suas pesquisas foram desenvolvidas em uma época em que muitos elementos naturais eram desconhecidos como, por exemplo, os gases nobres. Não se conhecia a estrutura atômica e os números atômicos que são utilizados na organização dos elementos da tabela atual. Somente em 1913 Henry G. L. Mosely estabeleceu o conceito de número atômico; porém essa descoberta não provocou grandes alterações na classificação dos elementos feita por Mendeleev, apenas alguns rearranjos.
Em homenagem a este brilhante cientista, foi dado o seu nome ao elemento de número atômico 101 - Mendelévio.

Texto: Dra.Renata M.S.Celeghini



LAVOISIER NO ANO UM


Lavoisier, o pai da química



Ele nasceu rico e teve sorte no amor. Viu sua obra reconhecida no mundo todo e aproximando-se dos 50 anos tinha tudo para se considerar feliz. De repente sua sorte mudou:
Escapou por pouco do linchamento, foi encarcerado, morreu na guilhotina e acabou enterrado em vala comum. Tanto a sua desgraça quanto o motivo de sua glória datam de 1789, ano em que os franceses tomaram a fortaleza da Bastilha, ele lançou seu tratado elementar da química. Foi acusado de ter servido a monarquia como coletor de impostos, ocupação intolerável para os revolucionários dado o caráter revoltante dos tributos extorsivos. Estudou em um dos melhores colégios da França; o pai e os 2 avôs eram advogados de renome e fortuna considerável. A ciência avancara na França nessa época. Na matemática e astronomia foram publicados 3 grandes tratados: mecânica analítica, de Joseph Lagrange (1736-1813), mecânica celeste de Laplace (1749-1827) e geometria descritiva, de Gaspard Monge (1746-1818). Enbora a pressão do ar já houvesse sido descoberta pelo italiano Torricelli (1608-1674), inventor do barômetro, o papel do oxigênio era ignorado.
Segundo a teoria, o flogisto seria uma substância presente em todos os materiais combustíveis, dos quais se liberava a combustão. Acreditava-se, segundo a Alquimia, que os materiais podiam surgir do nada e se dispersar do nada. Os químicos ingleses Joseph Priestley (1733-1804) e Henry Cavendish (1731-1810) são casos típicos de pesquisadores bem sucedidos e teóricos equivocados. Priestley isolou o oxigênio antes de Lavoisier e comunicou-lhe pessoalmente a descoberta numa vista á Paris. Entretanto, acreditava ter descoberto o ar desflogistificado, o mesmo ocorrendo com Cavendish  e a síntese da água. Quanto á Lavoisier, cortaram-lhe a cabeça, mas outra igual na França talves não surja em séculos. Em 1795 foi inaugurado uma estátua com a seguinte inscrição: Vítima da Tirania



http://books.google.com.br/books?id=MLuctI45muAC&pg=PA10&lpg=PA10&dq=lavoisier+no+ano+um&source=bl&ots=mA0kYWg5HX&sig=8rzdyUxuZS6WIoZ3uhuHJgISI3U&hl=pt-BR&ei=w1ByTpfaNMz2gAenkdmMBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=10&ved=0CGQQ6AEwCQ#v=onepage&q&f=false

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Indicação

Livros e Serie


Game of Thrones

Kekulé


Retrato de KekuléKekulé foi aclamado, na sua época, como um dos melhores professores de Química do mundo. Porém, atualmente, ele é mais reconhecido por suas explicações sobre como os átomos se ligam, pela noção de valência (1858) e, principalmente, por ter resolvido um dos problemas teóricos que mais desafiaram os cientistas, em meados do século passado: a estrutura do benzeno.
Em 1865, ele propôs uma fórmula estrutural satisfatória para o benzeno, o que foi conseguido através de um sonho, depois de muito tempo estudando o assunto.
O texto a seguir foi extraído de um discurso feito por Kekulé na prefeitura de Berlim, em 1890, em comemoração ao 25º aniversário do anúncio da fórmula do benzeno:
Vocês estão celebrando o jubileu da teoria do benzeno. Eu devo, antes de tudo, falar-lhes que, para mim, a teoria do benzeno foi somente uma conseqüência, e uma conseqüência muito óbvia das idéias que eu formava sobre as valências dos átomos e da natureza de suas ligações; as idéias, portanto, as quais nós hoje chamamos de teoria da valência e estrutural. O que mais eu poderia ter feito com as valências não utilizadas? Durante minha estada em Londres, eu residi em Clapham Road... Freqüentemente, no entanto, passava as noites com meu amigo Hugo Mueller... Nós conversávamos sobre muitas coisas, mas, com mais freqüência, de nossa amada química. Em um agradável anoitecer de verão, estava retornando no último ônibus, sentado do lado de fora, como de costume, trafegando pelas ruas desertas da cidade... Eu caí em devaneio, e vejam só, os átomos estavam saltando diante dos meus olhos! Até agora, sempre que esses seres diminutos haviam aparecido para mim, estavam sempre em movimento; mas até aquele momento eu não fora capaz de perceber a natureza de seus movimentos. Agora, entretanto, eu via como, freqüentemente, dois átomos menores uniam-se para formar um par; como um maior abraçava os outros dois menores; como outros ainda maiores retinham três ou mesmo quatro dos menores; enquanto o conjunto mantinha-se girando em uma dança vertiginosa. Vi como os maiores formavam uma cadeia, arrastando os menores atrás de si, mas somente nos finais da cadeia... O grito do motorista: “Clapham Road” acordou-me do sonho; mas passei uma parte da noite colocando no papel pelo menos o esboço dessas formas de sonho. Essa foi a origem da “teoria estrutural”.
Algo semelhante aconteceu com a teoria do benzeno. Durante minha estada em Ghent, morava em elegantes aposentos de solteiro na via principal. Meu escritório, no entanto, tinha frente para um beco estreito e nenhuma luz do dia penetrava nele... Estava sentado escrevendo mau livro didático, mas o trabalho não progredia; meus pensamentos estavam em outro lugar. Virei minha cadeira para o fogo e cachilei. Novamente os átomos estavam saltando diante dos meus olhos. Nessa hora, os grupos menores mantinham-se modestamente no fundo. Meu olho mental, que se tornara mais aguçado pelas visões repetidas do mesmo tipo, podia agora distinguir estruturas maiores de conformações múltiplas: fileiras longas, às vezes mais apertadas, todas juntas, emparelhadas e entrelaçadas em movimento como o de uma cobra. Mas veja! O que era aquilo? Uma das cobras havia agarrado sua própria cauda, e essa forma girava zombeteiramente diante dos meus olhos. Acordei como se por um raio de luz; e então, também passei o resto da noitedesenvolvendo as conseqüências da hipótese. (Benfey, journal of Chemical Education, vol.35, 1958, p.21).
Extraído do livro de Química, João Usberco e José Salvador
Autoria: Adriana Zunino

Semana de Quimica - Unicamp



Sonhos, Perspectivas, Inovação
   Pensando em insights científicos podemos lembrar do famoso caso de Kekulé que sonhou com uma cobra comendo sua própria cauda quando tentava intensamente desvendar a estrutura do benzeno. Não é um sonho a manifestação mais espontânea e inconsciente do pensamento criativo e conectivo? A criatividade e a capacidade de fazer conexões são atributos essenciais a cientistas que aspirem fazer grandes descobertas ou propor soluções tecnológicas.
   Homenageando esta capacidade humana que construiu o conhecimento científico e continua tentando compreender a natureza e utilizar seus recursos para promover o bem-estar, somos induzidos a voltar agora a nós mesmos. Estudantes de Química, futuros pesquisadores, professores, profissionais da indústria. Qual será a nossa contribuição? Quais são as perspectivas da Química em nossas mãos?
   A inovação não é apenas desejável - é necessária. Precisamos de soluções para otimizar processos, aproveitar melhor os recursos, gerar energia, despoluir, curar, viver melhor. Além disso, todas as nossas tecnologias precisam ser economicamente viáveis, ecologicamente amigáveis e favorecer também aos nossos filhos, netos, bisnetos...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Por que estudar Química?



A química é uma ciência muito útil.
Por que estudar Química? Essa é uma pergunta comum entre adolescentes que acham a matéria complicada e de difícil entendimento. 

Vamos começar pela definição: Química é a ciência que estuda a estrutura das substâncias, a composição e as propriedades das diferentes matérias, suas transformações e variações de energia. 

Para se ter uma ideia da vasta utilização da Química é só se atentar ao fato de que está presente em inúmeras atividades, como por exemplo: 

Agricultura: os agricultores utilizam o conhecimento químico para melhorar a acidez do solo e sua fertilidade. 

Medicina: os farmacêuticos precisam do conhecimento químico para reconhecer a composição das substâncias utilizadas como medicamento e ainda para tratamentos contra o câncer (quimioterapia). 

Em sua casa: compostos químicos presentes na pasta dental (flúor, abrasivos) permitem um sorriso protegido de cáries. A química presente em materiais de limpeza deixa o ambiente com aquele cheirinho de limpeza. 

Já que a Química é tão útil em nosso cotidiano, por que não deixar a preguiça de lado e dedicar alguns minutos a mais para se aprofundar nesse conteúdo? A melhor notícia é que essa disciplina, uma vez levada a sério, se torna apaixonante e você não vai querer se desgrudar mais do tão temido livro de Química. 

E não adianta querer estudar outras matérias e abandonar a Química, saiba que essa Ciência relaciona-se com outras disciplinas como a Biologia, Ciências Ambientais, Física, Medicina e Ciências da Saúde. 
Por Líria Alves 
Graduada em Química 
Equipe Brasil Escola