segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Quarto Rei Mago


Uma história de Henry Van Dyke

Vocês sabem a história dos três reis magos que viajaram do Oriente para Belém para adorar a Jesus e lhe ofertar as dádivas de ouro, incenso e mirra.

Vou-lhes contar a história do quarto rei mago que também viu a estrela e resolveu segui-la e do seu grande desejo de adorar o Rei Menino e lhe oferecer as suas prendas.

Ele morava nas montanhas da Pérsia e o seu nome era Artaban. Era um médico, alto, moreno, de olhos bem escuros: a fisionomia de um sonhador, a mente de um sábio. Um homem de coração manso e espírito indominável.

Era um homem de posses. A sua moradia era rodeada de jardins bem tratados com árvores de frutas e flores exóticas. Suas vestes eram de seda fina e o seu manto da mais pura lã. Era seguidor de Zoroastro e numa noite se reuniu em conselho com nove membros da mesma seita. Eram todos sábios!

Artaban lhes falou sobre a nova estrela que vira e o seu desejo de segui-la. Disse-lhes:

"- Como seguidores de Zoroastro aprendemos que os homens vão ver nos céus, em tempo apontado pelo Eterno, a luz de uma nova estrela e nesse dia, nascerá um grande profeta e Ele dará aos homens a vida eterna, incorruptível e imortal, e os mortos viverão outra vez! Ele será o Messias, o Rei de Israel.

E continuou:

"- Os meus três amigos Gaspar, Melchior, Baltazar e eu, vimos a grande luz brilhante de uma nova estrela á vários dias e vamos sair juntos para Jerusalém para ver e adorar o Prometido, o Rei de Israel. Vendi a minha casa e tudo o que possuo e comprei estas jóias: uma safira, um rubi e uma pérola para oferecer como tributo ao Rei. Convido-os para virem comigo nesta peregrinação para juntos adorarmos o rei!”

Mas um véu de dúvida cobriu as faces de seus amigos:

"- Artaban! Isso é um sonho em vão. Nenhum rei vai nascer de Israel! Quem acredita nisso é um sonhador!"

E um a um, todos o deixaram.

"- Adeus amigo!"

Artaban pesquisando os céus viu de novo a estrela.

"- É o sinal!" Disse ele. "- O Rei vai chegar e eu vou encontrá-lo."

Artaban preparou o seu melhor cavalo, chamado Vasda, e de madrugada saiu ás pressas, pois, para encontrar no dia marcado com Gaspar, Melchior e Baltazar, que já estavam a caminho, ele precisava cavalgar noite e dia. Já estava escurecendo e ainda faltavam mais ou menos três horas de viagem para chegar ao sítio de encontro e ele precisava estar lá antes de meia noite ou os três magos não poderiam demorar mais à sua espera!

“- Mas, o que é isto?”

Na estrada, perto de umas palmeiras, o seu cavalo Vasda, pressentindo alguma coisa desconhecida, parou resfolegando, junto a um objeto escuro perto da última palmeira.

Artaban desmontou. A luz das estrelas revelou a forma de um homem caído na estrada. Um pobre hebreu entre os muitos que moravam por perto. A sua pele estava seca e amarela e o frio da morte já o envolvia. Artaban depois de examiná-lo, deu-o por morto e voltou-se com um coração triste pois nada podia fazer pelo pobre homem.

“- Mas o que foi isto?”

"- Que devo fazer? Se me demorar, os meus amigos procederão sem mim. Preciso seguir a estrela! Não posso perder a oportunidade de ver o Príncipe da Paz só para parar e dar um pouco de água a um pobre hebreu nas garras da morte!"

"- Deus da Verdade e da Pureza, dirige-me no teu caminho santo, o caminho da sabedoria que só tu conheces!"

E Artaban carregou o hebreu para a sombra de uma palmeira e tratou-o por muitos dias até que êle se recuperou.

"- Quem és tu?" perguntou ele ao mago.

"- Sou Artaban e vou a Jerusalém à procura daquele que vai nascer: O Príncipe da Paz e Salvador de todos os homens. Não posso me demorar mais, mas aqui está o restante do que tenho: pão, vinho, e ervas curativas."

O hebreu erguendo as mãos aos céus lhe disse:

"- Que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó o abençoe; nada tenho para lhe pagar, mas ouça-me: Os nossos profetas dizem que o Messias deve nascer, não em Jerusalém mas em Belém de Judá."

Assim, já era muito mais de meia noite e vários dias mais tarde quando Artaban montou de novo o seu cavalo Vasda e num galope rápido prosseguiu ao encontro de seus amigos.

Aos primeiros raios do sol, checou ao lugar do encontro. Mas... onde estavam os três magos? Artaban desmontou e ansioso, estudou todo o horizonte. Nem sinal da caravana de camelos dos seus amigos! Então entre uma pilha de pedras achou um pergaminho e a mensagem:

"- Não pudemos esperar mais, vamos ao encontro do Rei de Israel. Siga-nos através do deserto."

Artaban sentou-se e cobriu a cabeça em desespero!

"- Como posso atravessar o deserto sem ter o que comer e com um cavalo cansado? Tenho mesmo que regressar à Babilónia, vender a minha safira e comprar camelos e provisões para a viagem. Só Deus, o misericordioso, sabe se vou encontrar o Rei de Israel ou não, porque me demorei tanto ao mostrar caridade,"

Artaban continuou a via pelo deserto e finalmente chegou em Belém, levando o seu rubi e a sua pérola para oferecer ao Rei. Mas as ruas da pequena vila. pareciam desertas. Pela porta aberta de uma casinha pobre, Artaban ouviu a voz de uma mulher cantando suavemente. Entrou e encontrou uma jovem mãe acalentando o seu bebé.

Três dias passados Ela lhe falou sobre os três magos que estiveram na vila a que disseram terem sido guiados por uma estrela ao lugar onde José de Nazaré, sua esposa Maria, e o seu bebé Jesus estavam hospedados. Eles trouxeram prendas de ouro, incenso e mirra para o menino. Depois, desapareceram tão rapidamente quanto apareceram. E a família de Nazaré também saiu à noite, em segredo, talvez para o Egito.
 
O bebê nos seus braços olhou para o rosto de Artaban e sorriu estendendo os braçinhos para ele.

“Não poderia essa criança, ser o Príncipe Prometido? Mas não! Aquele que procuro já não está aqui e eu preciso encontrá-lo no Egito!”

A Jovem mãe colocou o bebê no leito e preparou um almoço para o estranho hospede que veio à sua casa. Subitamente, ouviu-se uma grande comoção nas ruas: gritos de dor, o chorar de mulheres, tocar de trombetas e o clamor:

"- Soldados! os soldados de Herodes estão matando as nossas crianças!"

A jovem mãe, branca de terror escondeu-se no canto mais escuro da casa, cobrindo o filho com o seu manto para que ele não acordasse e chorasse.

Mas Artaban colocou-se em frente à porta da casa impedindo a entrada dos soldados. Um capitão aproximou-se para afastá-lo. A face de Artaban estava calma como se estivesse observando as estrelas. Fitou o soldado um instante e lhe disse:

"- Estou sozinho aqui, esperando para dar esta jóia ao prudente capitão que vai me deixar em paz.”

E mostrou o rubi brilhando na palma da sua mão como uma grande gota de sangue.

Os olhos do capitão brilharam com o desejo de possuir tal jóia!

"- Marchem, Avante!" Gritou aos seus soldados. "- Não há criança aqui!"

E Artaban olhando os céus orou:

"- Deus da Verdade, perdoa o meu pecado! Eu disse uma coisa que não era, para salvar uma criança. E duas das minhas dádivas já se foram. Dei aos homens o que havia reservado para Deus. Poderei ainda ser digno de ver a face do Rei?"

E Artaban prosseguiu na sua procura entre as pirâmides do Egito, em Heliopólis, na nova Babilónia às margens do Nilo... Numa humilde casa em Alexandria, Artaban procurou o conselho de um velho rabi que lhe falou das profecias e do sofrimento do Messias prometido e receitado pelos homens.

"- E lembre-se, meu filho: o Rei que procuras não o vais encontrar num palácio ou entre os ricos e poderosos. Isto eu sei: os que O procuram devem fazê-lo entre os pobres e os humildes, os que sofrem e são oprimidos."

E Artaban passou por lugares onde a fome era grande. Fez a sua morada em cidades onde os doentes morriam na miséria. Visitou os oprimidos nas prisões subterrâneas, os escravos nos mercados de escravos...

Em toda a população de um mundo cheio de angústia ele não achou ninguém para adorar, mas muitos para ajudar! Ele alimentou os que tinham fome, cuidou dos doentes, e confortou os prisioneiros... E os anos passaram... 33 anos.

E os cabelos de Artaban já não eram pretos, eram brancos como a neve nas montanhas. Velho, cansado e pronto para morrer era ainda um peregrino à procura do Rei de Israel e agora em Jerusalém onde havia estado muitas vezes na esperança de achar a família de Belém.

Os filhos de Israel estavam agora na cidade santa para a festa da Páscoa do Senhor e havia uma agitação e excitamento singular. Vendo um grupo de pessoas da sua terra, Artaban lhes perguntou o que se passava e para onde o povo se dirigia.

"- Para o Gólgota!" lhe responderam, "- ...pois não ouviste? Dois ladrões vão ser crucificados e com eles, um homem chamado Jesus de Nazaré, que dizem, fez coisas maravilhosas entre o povo. Mas os sacerdotes exigiram a Sua morte, porque disse ser o Filho de Deus. Pilatos O condenou a ser crucificado porque disseram ser Ele o Rei dos Judeus.”

"Os caminhos de Deus são mais estranhos do que o pensamento dos homens," pensou Artaban. "Agora é o tempo de oferecer a minha pérola para livrar da morte o meu Rei!"

Ao seguir a multidão em direção ao portal de Damasco, um grupo de soldados apareceu arrastando uma jovem rapariga com vestes rasgadas e o rosto cheio de terror.

Ao ver o mago, a jovem reconheceu-o como da sua própria terra e libertando se dos guardas atirou-se aos pés de Artaban:

"- Tenha piedade!...”, ela implorou,..."e pelo Deus da pureza, salva-me! Meu pai era mercador na Pérsia mas faleceu e agora vão me vender como escrava para pagar seus débitos! Salva-me!"

Artaban tremeu. Era o velho conflito da sua alma entre a fé, a esperança e o impulso do amor. Duas vezes as dádivas consagradas foram dadas para a humanidade. E agora? Uma coisa ele sabia:

“- Salvar essa jovem indefesa era um gesto de amor. E não é o amor a luz da alma?”

Ele tirou a pérola de junto ao seu coração. Nunca ela pareceu tão luminosa! Colocou-a na mão da moça:

"- Este é o teu pagamento, o último dos tesouros que guardei para o Rei!"

Enquanto ele falava uma escuridão profunda envolveu a terra que tremeu consultivamente! Casas caíram, os soldados fugiram mas Artaban e a moça protegeram-se de baixo do telhado sobre as muralhas do Pretório.

"- O que tenho a temer,” pensou ele," ...e para quê viver? Não há mais esperança de encontrar o Rei, a procura terminou, eu falhei.”

Mas mesmo esse pensamento lhe trouxe paz pois sabia que viveu de dia a dia da melhor maneira que soube. Se tivesse que viver de novo a sua vida não poderia ser de outra maneira.

Mais um tremor de terra e uma telha desprendeu-se do telhado e feriu o velho mago na cabeça. Repousou no chão e deitou a cabeça nos ombros da jovem com o sangue a escorrer do ferimento.

Ao debruçar-se sobre ele, ela ouviu uma voz suave, como música vindo da distancia. Os lábios de Artaban moveram-se como em resposta e ela escutou o que o velho mago disse na sua própria língua:

"- Não meu Senhor! Quando te vi com fome e te dei de comer? ou com sede e te dei de beber? ou quando te vi enfermo ou na prisão e fui te ver?

Por 33 anos eu te procurei, mas nunca vi a tua face, nem te servi, meu Rei!"

E uma voz suave veio, mas desta vez dos céus. A jovem também compreendeu as palavras.

"- Em verdade, em verdade vos digo que quando o fizeste a um destes meus irmãos a mim o fizeste!"

Uma alegria radiante iluminou a face calma de Artaban.

Um suspiro longo e aliviado saiu de seus lábios.

A viagem para ele havia terminado.

O quarto mago, Artaban, compreendeu que havia encontrado o seu Rei durante toda a sua vida!







Colab: Ir.'. Weber Varrasquim, 33º

Dezembro / 2.003

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Molécula do DIA

Nitroprussiato de Sódio

sodio1
sodio2
sodio3
sodio4

MOLÉCULA DO DIA: Nitroprussiato de Sódio

Entrevista

Nelson Luís de Campos Domingues
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1- Como e quando tudo começou?
Para mim tudo começou em Paraguaçu Paulista, uma cidade do interior do Estado de São Paulo, quando ainda cursava o Ensino Médio, mais precisamente, em 1996, quando fui apresentado à química orgânica através de alguns fármacos. Antes desta fatídica data, desde minha infância, sempre fui um explorador das coisas, montava e desmontava rádios, por exemplo. Meu querido pai ficava muito irritado com isso, porém, sempre relevava. Tenho certeza de que esse meu senso explorador foi que me levou a perguntar por que uma molécula tão "pequena" como a penicilina poderia trazer um bem tão grande ao corpo. Foi então que decidi procurar mais sobre este porquê. Cursei Bacharelado em Química com Opção Tecnológica na Universidade Estadual de Londrina-UEL entre os anos de 1998 a 2001, e me Doutorei em 2007 pela Universidade de São Paulo-USP em Química Orgânica. Foi paixão à primeira vista e desde então persisto e prossigo nesta caminhada.

2- Por que fez essa escolha profissional?
O desafio diário para se encontrar respostas sobre tudo o que conhecemos me fez tomar a decisão de ser um profissional na área de química. Principalmente sobre obter respostas que tivessem a possibilidade de ajudar o ser humano no tocante a sua saúde e ao bem estar. Outro ponto que me fez escolher não somente a pesquisa, mas também a docência, foi a influência familiar, pois sou filho de uma professora de ensino fundamental. Confesso que a princípio não me interessava por tal área, porém tomando mais conhecimento sobre esta área, e influenciado por outro mentor, o Professor Paulo Meneghelli na UEL, observei que podemos auxiliar na formação do ser humano decorrente no convívio diário no laboratório e também em sala de aula.

3- Quais são suas atividades profissionais atualmente?
Atualmente sou Professor Adjunto II pela Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, coordenando o Laboratório de Materiais Híbridos -LMH. Com minha experiência em Química Orgânica coordeno projetos que visam à síntese estereosseletiva de compostos carbonílicos contendo diversos heteroátomos na posição alfa ou beta à carbonila. Uma subsequente aplicação destes compostos obtidos é seu uso como ligantes orgânicos os quais são complexados com diversos sais metálicos. Estes compostos finais visam à aplicação na área de saúde humana.

4- Se pudesse escolher uma descoberta da Química para ter realizado, qual seria?
Gostaria muito de ter descoberto, identificado e sintetizado a penicilina pela primeira vez, para dar minha contribuição à sociedade.

5- Alguma sugestão para os novos profissionais e estudantes?
Àqueles que gostam de viver o "novo" a cada dia e tem o sentimento de inovar e descobrir respostas para diversas perguntas referentes ao nosso dia a dia, a química é um caminho que lhes satisfará. Se você tiver bom ânimo, persistência e audácia será um excelente profissional da química. Conte sempre com o apoio desta e tenha fé em Deus, para que assim vocês possam com suas habilidades e dons proporcionar o avanço da química e o melhoramento do bem estar social.

6- Quais barreiras a Química precisa ultrapassar ou quais perguntas ainda precisam ser respondidas?
Tenho para mim que a barreira crucial que a química deve ultrapassar para se tornar ainda maior, principalmente no cenário nacional, é o estigma de ser uma ciência para poucos (e loucos). A inserção mais eficiente desta ciência e sua explanação por genuínos profissionais da química no ensino médio é o caminho para galgarmos tal conquista. Tenho-me como prova disso. Foi no Ensino médio que me apaixonei por esta ciência. No tocante às perguntas a serem respondidas, elas são inúmeras, porém identifico que quanto mais avançamos na caminhada para conhecermos os mistérios desta ciência, mais perguntas se colocam à nossa frente. Compreendo que isto torna tal ciência apaixonante. Espero que sempre tenhamos diversas perguntas a serem respondidas para que haja muitos que queiram, como eu quis um dia (e ainda quero), respondê-las.

ENDEREÇO PROFISSIONAL
Universidade Federal da Grande Dourados, Reitoria, Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas.
Rodovia Dourados - Itahum, km 12
79804-970 - Dourados, MS - Brasil - Caixa-Postal: 533
Telefone:             (67) 3410-2081      

Possui Graduação em Química Tecnológica pela Universidade Estadual de Londrina (UEL - 2001) e Doutorado em Química Orgânica pela Universidade de São Paulo (USP - 2007) e Pós-Doutorado no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP - 2008). Foi Coordenador do Curso de Bacharelado em Química Industrial da Escola Superior de Química Osvaldo Cruz (SP). Foi também Professor Colaborador I da Escola Superior de Química Osvaldo Cruz e Professor Colaborador I da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Oswaldo Cruz (SP). Atualmente é Professor Adjunto II pela Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FACET) na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) compondo o quadro de Professores Permanentes no Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental - UFGD e do Programa de Mestrado em Química - UFGD. Tem experiência na área de Química Orgânica atuando principalmente nos seguintes temas: síntese orgânica estereosseletiva, análise conformacional utilizando cálculos teóricos, espectroscopia de infravermelho e RMN de compostos orgânicos e síntese de materiais híbridos.

Química

A Química é a base da vida. Toda matéria encontrada no universo é composta pelos elementos químicos e sua combinação molecular, representada por desde gases vitais como o oxigênio e a amônia, até estruturas de enorme complexidade como o DNA e as proteínas.

Sua diversidade tem esplendor na natureza e nas inúmeras possibilidades de composição de materiais para as mais diversas aplicações, a exemplo de medicamentos, alimentos, novos materiais, ligas metálicas e energia.

Lançamento do Ano Internacional da Química (AIQ-2011)

A cerimônia do lançamento do Ano Internacional da Química (AIQ) ocorreu na tarde desta quarta-feira, dia 23 de março, na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Centro do Rio de Janeiro, e contou com grande público e com presenças ilustres de representantes da comunidade científica, empresarial e do governo.
A convite da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) compareceram diversas entidades representativas da Química Brasileira, como os Conselhos Regionais de Química de São Paulo, Amazonas, Espírito Santo, Santa Catarina e do próprio Rio de Janeiro. Ao lado destes, representantes das indústrias químicas como a BASF, BRASKEM, CLARIANT e DOW, entre outras que apóiam o projeto do AIQ, esteve presente a ABIQUIM- Associação Brasileira das Indústrias Químicas. A cerimônia contou ainda com a presença de representantes dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, da Associação Brasileira de Química (ABQ), da Embrapa e do INPI. Pela Academia, estiveram presentes muitos professores, não somente da comunidade carioca, mas de diversos outros estados. A SBQ esteve representada pela sua diretoria e conselho, bem como contou com a presença de ex-presidentes como os professores Hans Viertler e Oswaldo Luiz Alves.
(da esq. para a dir.) Vitor Ferreira (Vice-Presidente da SBQ), Jailson B. Andrade (Ex-Presidente e atual Conselheiro da SBQ), Hans Viertler (Ex- Presidente da SBQ), Vanderlan da S. Bolzani (Ex-Presidente e atual Conselheira da SBQ), Oswaldo L. Alves (Ex-Presidente da SBQ), Fernando Galembeck (Ex-Presidente e atual Conselheiro da SBQ), Claudia M. Rezende (Tesoureira da SBQ), César Zucco (Presidente da SBQ) e Adriano D. Andricopulo (Secretário Geral da SBQ).
Com uma programação representativa de toda a cadeia Química, a cerimônia teve uma início com a composição de uma mesa rica em personalidades, e foi aberta com a palavra de nosso presidente. O professor César Zucco agradeceu a todos em nome da SBQ e fez um interessante discurso sobre a importância da Química no desenvolvimento e bem-estar da sociedade moderna, ressaltando que “ ...sem a Química, a vida seria chata, curta e dolorida.” Destacou três personalidades da história da Química, Dimitri Mendeleev, Robert Woodward e Linus Pauling, por suas marcantes contribuições. Em seguida, as indústrias químicas se fizeram representar pelo Dr. Fernando Figueiredo, que falou sobre o estágio atual da Química brasileira, a oitava no ranking mundial e as perspectivas traçadas para alcançar, em poucos anos, a quinta posição. Fez um apelo aos representantes governamentais e à Academia para a necessidade de formação de Químicos, em grande número e de boa qualidade, de modo a atender ao crescimento econômico do País.
(da esq. para a dir.) Jorge Fleming (Presidente do CRQ-3ª região - RJ), Jerson Lima (Diretor Científico da FAPERJ), Jacob Palis (Presidente da ABC), Glaucius Oliva (Presidente do CNPq), Hernan Chaimovich (Vice-Presidente da ABC), Fernando Figueiredo (Abiquim) e César Zucco (Presidente da SBQ).
A sua fala, seguiram-se às intervenções do presidente do CRQ-3ª região, RJ, Sr Jorge Fleming, do presidente e vice-presidente da ABC, professores Jacob Palis e Hernan Chaimovich, que agradeceram a escolha da ABC para a abertura do AIQ e, juntamente com o diretor científico da FAPERJ, professor Jerson Lima, parabenizaram a SBQ pelas atividades em desenvolvimento. Em seguida, o presidente do CNPq, professor Glaucius Oliva, representando o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, falou das várias conquistas da ciência brasileira e alertou para os desafios que precisam ser rapidamente alcançados, como a inserção da produção científica brasileira no topo da ciência mundial. Chamou a atenção para a importância da inovação para o crescimento da economia brasileira, do compromisso com os problemas brasileiros e com a divulgação ampla e efetiva do trabalho dos pesquisadores perante a sociedade em geral.
Desfeita a mesa de abertura, ocorreram as conferências do professor Carlos Alfredo Joly, da UNICAMP, representando o MCT, que falou sobre as perspectivas e desafios do Departamento de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCT, do qual está participando pelo novo governo.
Jailson B. Andrade
Em seguida, o conselheiro da SBQ professor Jailson B. Andrade iniciou sua conferência ressaltando a incrível capilaridade da Química por todas as áreas da ciência, a importância dos fóruns de gradução e pós-graduação promovidos pela SBQ ao longo dos últimos anos, com a valiosa contribuição da professora Solange Cadore, da UNICAMP e do professor Cezar Zucco, da UFSC, e exemplificou a excelência da pesquisa brasileira através ações, incluindo os ICNTs e as publicações da SBQ.
Claudia M. Rezende
Por fim, a coordenadora do Ano Internacional da Química, professora Claudia Rezende, tesoureira da SBQ, fez considerações sobre o andamento do projeto do AIQ no Brasil, descreveu as ações já implementadas e convidou todos a divulgarem o primeiro concurso nacional de vídeos e fotos sobre a Química, que pode ser vizualizado no portal do AIQ: www.quimica2011.org.br. A professora informou que várias exposições sobre a Química no Cotidiano já se encontram em apresentação em todo país, com o apoio das secretarias regionais da SBQ e da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências. Em seguida, os presentes foram convidados para um coquetel oferecido pelo 3º CRQ-RJ e pela ABIQUIM.
O resultado deste projeto inovador e empreendedor da SBQ foi elogiado pelos presentes, especialmente pela aproximação efetiva da SBQ com as indústrias brasileiras e as diversas representações da Química no Brasil, bem como pela abertura de um canal direto com as escolas através do portal do AIQ, que entram diariamente em contato com a equipe na busca de parcerias para a comemoração do Ano.


Claudia M. Rezende
Coordenadora do AIQ-2011
Tesoureira da SBQ

terça-feira, 11 de outubro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Fenômenos químicos no preparo de pão

Objetivos
- Reconhecer fenômenos químicos que ocorrem no dia a dia.
- Formular hipóteses sobre as transformações dos alimentos.

Conteúdo
- Introdução ao conceito de transformação química.

Anos
4º e 5º.

Tempo estimado
Três aulas.

Material necessário
1 quilo de farinha de trigo, 1 quilo de açúcar, um tablete de fermento biológico, com quatro cubinhos de 15 gramas cada um, garrrafas plásticas, balões de borracha (bexiga), funis, copos descartáveis, água morna (50 ºC) e barbante.

Flexibilização
Para alunos com deficiência intelectual
Oferecer oportunidades para que as crianças tenham contato com diferentes situações presentes no cotidiano é um bom meio de estimular a mente dos alunos com deficiência intelectual. Mesmo se a criança ainda não for capaz de formular as hipóteses por escrito, ofereça a ela um papel importante na experiência. Este aluno participa de todas as discussões e pode ser o responsável por escrever a receita do pão (a lista dos ingredientes e as quantidades) que vai servir como guia para a turma. Fazer o registro fotográfico de cada uma das etapas do experimento e mostrar este material ao aluno também contribui para que ele perceba as transformações na massa. Se necessário, repita a experiência e amplie o tempo de realização das etapas deste plano de aula. No caso dos alunos com deficiência intelectual, não deixe de contar com o apoio do profissional responsável pelo AEE.

Desenvolvimento
1ª etapa
Pergunte se os alunos já acompanharam o preparo de um pão e se observaram mudanças no estado inicial e final desse alimento. Discuta com a garotada o que eles acham que ocorre nesse caso. Organize a turma em grupos de quatro e comunique a realização de experimentos para observar a transformação do pão. Primeiro, eles prepararão a massa, sem adicionar fermento. Solicite que juntem um pouco de farinha, açúcar (matéria orgânica para ser consumida durante o processo de fermentação) e água num copo. Estimule os alunos a formular hipóteses. Oriente-os a tomar nota dos acontecimentos antes, durante e após o experimento para que desenvolvam habilidades de observação e registro, o que vai ajudá-los a chegar a conclusões sobre o que foi observado. Você pode auxiliá-los construindo uma tabela no quadro para enumerar todas as hipóteses mencionadas pelos grupos.

2ª etapa
Proponha que separem um pequeno pedaço da massa, adicionem a ela o fermento (contém micro-organismos que realizarão a fermentação) e misturem bem. Oriente-os a fazer uma bola com a massa, esperar cerca de 20 minutos e observar o que ocorre. A massa deverá crescer. Questione-os sobre a ocorrência de transformações. Depois, peça que cortem a bola e observem as bolhas que se formaram na massa. Solicite aos alunos que tomem nota do que foi observado e discuta a formação das bolhas. Oriente-os a formular hipóteses: por que a massa cresceu?, o aparecimento das bolhas tem relação com o crescimento da massa de pão? Todas as hipóteses levantadas pelos alunos, certas ou erradas, devem ser discutidas. Em seguida, peça que eles a cheirem. Eles sentirão um leve odor de álcool, que é um dos produtos da reação química ocorrida. Explique que houve uma fermentação alcoólica, que liberou etanol e gás carbônico.

3ª etapa
Para reforçar o processo de liberação de gás carbônico, solicite que misturem água e açúcar em um copo descartável e depois adicionem o fermento e misturem. Sugira que coloquem essa mistura com o auxílio de um funil dentro de uma garrafa descartável. Eles devem prender um balão na boca da garrafa com um barbante. Após alguns minutos, o balão vai começar a encher. Peça que avaliem se houve transformação. Eles devem perceber que a liberação do gás indica a ocorrência de uma reação química, uma vez que há a formação de produtos cuja composição difere da composição dos produtos iniciais.

Avaliação
Solicite que cada grupo organize as suas anotações e sugira a elaboração de um registro coletivo, observando se a turma compreendeu o conceito.




Consultoria Alline Soler
Professora de Ciências.
Thiago Tassinari Lopes
Químico e pesquisador da Sangari Brasil, em São Paulo.